Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2025

Rússia anuncia redução de presença militar na Síria

A Rússia comunicou nesta sexta-feira o início da retirada de parte de seu contingente militar que atua na guerra civil na Síria, uma das primeiras medidas para diminuir sua presença militar no país

Sexta, 06 de Janeiro de 2017 às 09:01, por: CdB

Porta-aviões e outras embarcações de sua frota serão os primeiros a deixar a região de conflito, afirmam autoridades militares. Navios deram apoio aos ataques aéreos russos contra grupos rebeldes e terroristas

Por Redação, com DW - de Moscou:

A Rússia comunicou nesta sexta-feira o início da retirada de parte de seu contingente militar que atua na guerra civil na Síria, uma das primeiras medidas para diminuir sua presença militar no país árabe. A remoção de um porta-aviões e outras embarcações marcará o início do processo.

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O porta-aviões Almirante Kuznetsov e seus navios de apoio de serão os primeiros a deixar a zona de conflito

Segundo o chefe do Estado-Maior russo, o general Valery Gerasimov. O porta-aviões Almirante Kuznetsov e seus navios de apoio, que estavam em operação no leste do Mar Mediterrâneo. Serão os primeiros a deixar a zona de conflito. 

– Em obediência à decisão do comandante-em chefe, Vladimir Putin. O Ministério da Defesa inicia a redução das Forças Armadas reunidas na Síria – afirmou o general, citado pela agência de notícias Tass. Gerasimov não forneceu maiores informações sobre a ordem do presidente. Datada de 29 de dezembro de 2016.

O general ordenou que o porta-aviões e outras embarcações, como o cruzador de batalha Pedro, o Grande e o destróier Severomorsk. Iniciassem nesta sexta-feira o retorno à sua base no porto de Severomorsk, que fica no Mar de Barents, no noroeste do país. 

O comandante das operações militares russas na Síria, Andrei Kartapolov. Desse que as tarefas designadas à frota do porta-aviões foram cumpridas. Segundo ele, as aeronaves a bordo do Almirante Kuznetsov realizaram em torno de 420 missões. Atingindo 1.252 alvos durante dois meses e meio.

Defesa aérea na Síria

Kartapolov assegurou que a Rússia tem capacidade suficiente de defesa aérea na Síria, graças aos sistemas de defesa S-300 e S-400 instalados no país árabe. Os ataques aéreos apoiados pelo Almirante Kuzetsov começaram em meados de novembro. Dois aviões de combate, um Su-333 e um Mig-29. Acidentaram-se quando retornavam de missões no espaço aéreo sírio.

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Síria, Ali Abdullah Ayub. Afirmou que o apoio oferecido pelas Forças Aéreas da Rússia foi fundamental para as vitórias que abriram o caminho para o acordo de cessar-fogo. "Os aviões russos criaram as condições necessárias para o início de um processo político de acerto da crise na Síria", completou.

Putin já tinha ordenado a saída da maior parte das tropas russas em março de 2016. Após o começo da primeira contraofensiva das forças leais a Assad contra posições do "Estado Islâmico" (EI). A chegada, em outubro, do Almirante Kuznetsov à região. Embarcação que nunca tinha entrado em uma guerra em 15 anos de existência, provocou polêmica.

Os países-membros da Otan se negaram a permitir que o porta-aviões reabastecesse em seus portos. A esquadrilha de caças Mig-29 e Su-33 do porta-aviões participou da campanha russa ao atacar posições do EI e da antiga Frente al-Nusra.

Moscou tem sido um importante aliado do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, na guerra civil que já dura mais de cinco anos. A Rússia e a Turquia, país que apoia grupos moderados de oposição a Assad. Mediaram um cessar-fogo na Síria. Iniciado no dia 30 de dezembro.

Até o momento, a trégua tem sido mantida, apesar das forças do governo e dos rebeldes se acusarem mutuamente de algumas violações. O cessar-fogo tem como objetivo viabilizar as conversações de paz marcadas para o final deste mês em Astana, capital do Cazaquistão.

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