A falha nos computadores da Delta foi constatada nos aeroportos brasileiros, mas os administradores negam qualquer envolvimento local na pane
Por Redação - de São Paulo
A Delta Air Lines informou, nesta segunda-feira, que uma grande falha em sua rede de computadores atrasava voos ao redor do mundo e que técnicos trabalhavam para resolver o problema de informática o mais rápido possível. Voos com decolagem agendada não estavam partindo, mas os que já estavam no ar operavam normalmente, disse a Delta em comunicado. A Delta opera 5 mil decolagens ao dia e é membro da aliança SkyTeam juntamente com aéreas como a Air France-KLM. A empresa é parceira e acionista da brasileira Gol.
Boa parte dos aviões da Delta Airlines ficou em solo, nesta segunda-feira, devido a uma pane nos computadores
"A Delta enfrentava uma falha em seus computadores que afetava voos agendados para esta manhã", disse a Delta, segunda maior aérea do mundo em passageiros por quilômetros transportados. "Nossos sistemas caíram em toda parte. Esperamos que não por muito tempo", disse a companhia no Twitter. A falha afetava voos globalmente, disse uma porta-voz da aérea em Londres.
A mesma falha foi constatada nos aeroportos brasileiros, mas os administradores negam qualquer envolvimento local na pane. O país vive uma crise no setor aeroportuário e havia um plano, em andamento no governo da presidenta Dilma Rousseff, antes de deflagrado o golpe de Estado no país, que previa a modernização do setor. A administração do presidente de facto, Michel Temer, anunciou que pretende seguir adiante com o planejamento.
Até agora, sete grupos nacionais e estrangeiros manifestaram interesse nos quatro aeroportos que o governo pretende conceder à iniciativa privada, ainda este ano. Entre eles, as maiores empresas do mundo confirmaram presença no certame, como a francesa Vinci e a alemã Avialliance (ex-Hochtief). Os consórcios em andamento, no entanto, diferem do modelo desenhado nos últimos leilões, em que grandes empreiteiras locais se associavam às grandes concessionárias mundiais, através da compra de ações. No atual momento, as operadoras internacionais tendem a ingressar diretamente na concorrência.
A Vinci, que avança no projeto de expansão no exterior, já comunicou aos integrantes do governo atual sua disposição em participar
de forma incisiva na disputa. Além de administrar terminais de médio porte no interior da França, a empresa venceu nos processos de privatização dos aeroportos de Portugal - inclusive Lisboa - e de Santiago, no Chile. A Vinci tende a participar da licitação em voo solo, para os aeroportos de Salvador (BA), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC). Com os escudos levantados na disputa com os concorrentes, a multinacional francesa baseia-se na experiência internacional obtida na gestão dos aeroportos de Quito (Equador) e Juan Santamaría (Costa Rica).
Já a brasileira CCR se prepara para apresentar um lance na disputa pelos dois ativos na região Nordeste. A empresa também se declara interessada, principalmente, em Salvador, em complemento a outra concessão do grupo, o Metrô Bahia. Mas acredita que Fortaleza também conta com boas chances de crescimento, pela proximidade com EUA e Europa. A CCR está associada à Flughafen Zurich, operadora de um dos terminais europeus mais bem avaliados pelo público, para administrar o aeroporto de Confins (MG). A Flughafen Zurich, no entanto, pretende também seguir sozinha, adiante, segundo a sinalização de seus executivos às autoridades brasileiras.
O grupo alemão Avialliance também está na disputa. Donos de aeroportos em Atenas e Budapeste, os alemães já firmaram parceria no país com o fundo Pátria Investimentos, que assina contrato com Alysson Paolinelli, ex -presidente do grupo Inframérica, concessionário dos aeroportos de Brasília e de Natal, para planejar os lances do próximo leilão, previsto para dezembro deste ano. Há mais três grupos aeroportuários interessados no mercado brasileiro: o alemão Fraport, que administra o aeroporto de
Frankfurt; o argentino Corporación América, que controla a Inframérica; e o espanhol Ferrovial, que controla o aeroporto de Heathrow (Londres).
Os editais, no entanto, têm setembro como data limite para a publicação, uma vez votado o pedido de impedimento da presidenta Dilma, no Senado, com a realização do certame em dezembro. O prazo de 30 a 45 dias entre as duas etapas iniciais foi dilatado para 90 dias. A ampliação foi elogiada por investidores, que preferem um prazo maior para estudar mais detalhadamente os pontos do processo de gestão das instalações aeroportuárias.
Os valores mínimos de outorga somam R$ 4,1 bilhões, com R$ 7 29 milhões para o de Porto Alegre; R$ 1,49 bilhão para Salvador; R$ 1,56 bilhão para Fortaleza; e R$ 329 milhões para Florianópolis. Os investimentos são estimados em R$ 6 bilhões. O prazo de exploração será de 30 anos - menos Porto Alegre, com 25 anos.
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