Os jogadores Alan Ruschel, Helio Neto, Jackson Follmann e o jornalista Rafael Henzel percorreram, ao lado de seus familiares, o morro agora batizado Colina Chapecoense
Por Redação, com EFE - de Medellín:
Os sobreviventes brasileiros do acidente aéreo da Chapecoense visitaram o local da tragédia que deixou 71 mortos, concluindo um capítulo doloroso na ida até a colina do município de La Unión, no noroeste da Colômbia, onde "renasceram". A informação é da Agência EFE.
Os jogadores Alan Ruschel, Helio Neto, Jackson Follmann e o jornalista Rafael Henzel percorreram. Ao lado de seus familiares, o morro agora batizado Colina Chapecoense. Onde puderam perceber como foi complicado o trabalho de resgate após a queda do avião. Na noite chuvosa do dia 29 de novembro do ano passado.
– O que aconteceu foi um milagre. Eu precisava voltar para ver tudo o que aconteceu – disse Follmann.
Os quatro sobreviventes tiveram um momento de intimidade na área em que a cauda do avião caiu, junto com familiares das vítimas, quando realizaram uma oração e fizeram reconhecimento do terreno, na cidade localizada a quase 40 quilômetros de Medellín.
– Não sei como as equipes de resgate fizeram para chegar até aqui. Estou impressionado. Mas hoje este ciclo que se encerra para mim – disse Henzel.
Memória
Em sua memória, ficou desenhado cada milímetro dessa montanha onde perderam colegas, amigos e irmãos. Além disso, os telefones celulares serviram para registrar a paisagem verde, cruzes de madeira e pequenos altares que foram formados nos locais em homenagem às pessoas que morreram no acidente aéreo.
Os sobreviventes e as famílias de vítimas também foram aos hospitais onde foram atendidos após o resgate, onde reencontraram os médicos que salvaram os jogadores e o jornalista.
– É um momento especial. Com um abraço, falamos tudo – disse Ruschel, em sua passagem pelo Hospital San Vicente Fundación, agradecendo especialmente ao diretor-médico, Ferney Rodríguez.
Recepção popular
Esse episódio de emoção foi contrastado com a recepção eufórica da população, que entre aplausos, cântico, presentes e fotografias.
– Agradeço a todos que rezaram por nós. De coração, estamos felizes por estar aqui – disse Follmann.
Rafael Henzel, por sua vez, disse estar "impressionado" pois uma grande quantidade de colombianos participou de uma homenagem, apesar da chuva e de um atraso de quatro horas.
– Sou colombiano, nasci em La Unión – afirmou o jornalista, que está pronto para narrar nesta noite a partida de volta da Recopa Sul-Americana, entre Atlético Nacional e Chapecoense.
Entrega de objetos
Objetos pessoais recuperados da aeronave foram devolvidos às famílias em um local privado. Chuteiras, relógios, uniformes, documentos e carteiras fazem parte das memórias que os moradores ajudaram a juntar.
"Tenham fé em Deus, acreditem em Jesus Cristo. A vida é muito mais que o que vemos", foi a mensagem que Neto deixou antes de seguir para Medellín.