Sony e BMG se unem e criam a segunda maior gravadora do mundo

A Sony Corp. e a Bertelsmann AG anunciaram na última quinta-feira a fusão de suas divisões de música, o que vai criar uma empresa capaz de ameaçar a supremacia da Universal Music Group, que hoje tem 26% do mercado mundial.
 
As duas empresas vão dividir, meio a meio, o controle da nova companhia, que vai se chamar Sony BMG. Com a fusão, a Sony Music e a Bertelsmann Music Group (BMG) - respectivamente, segundo e quinto lugares no ranking das gravadoras - terão 25,2% do mercado mundial.

- O acordo é baseado em uma valorização de 50 a 50 dos dois ativos e não haverá pagamento em dinheiro - disse o presidente da Bertelsmann, Gunter Thielen.

O executivo acrescentou que o acordo só envolve os negócios de gravação, ficando separadas as operações de edição, produção e distribuição. Sony e Bertelsmann devem fechar os detalhes até o fim do ano.

- Não esperamos nenhuma surpresa. No entanto, você não pode controlar isso inteiramente - disse Thelen.

A fusão reflete a crise do setor nos últimos anos, decorrente da queda nas vendas e da pirataria, que ganhou força com os sites que permitem baixar músicas da internet.

- Se elas (Sony e BMG) ficassem sozinhas, teríamos de reduzir o número de artistas contratados e até encerrar operações nos países menores - disse o presidente da BMG, Rolf Schmidt-Holtz.

A presidência ficará com o diretor-executivo da Sony Music Entertainment, Andrew Lack. Schmidt-Holtz ficará na presidência do Conselho de Administração.

Uma parceria Sony-BMG pode colocar na mesma gravadora artistas como Michael Jackson, da Sony, e Avril Lavigne e Elvis Presley, da BMG. A união, porém, deve encontrar barreiras por parte dos reguladores europeus e americanos, que já bloquearam tentativas de união entre as cinco maiores gravadoras do mundo.