Um dos documentários mais polêmicos da temporada é "Super Size Me", ao lado de Fahrenheit 9/11, do diretor Michael Moore.
O diretor Morgan Spurlock decide ser a cobaia de uma experiência: se alimentar apenas em restaurantes da rede McDonald's, realizando neles três refeições ao dia durante um mês.
Durante a realização da experiência o diretor fala sobre a cultura do fast food nos Estados Unidos, além de mostrar em si mesmo os efeitos físicos e mentais que os alimentos deste tipo de restaurante provocam.
Em certa parte do filme, Morgan Spurlock, mostra para algumas crianças, fotos de personalidades, para testar se elas as reconheceriam mais do que a foto de Ronald McDonald.
O resultado foi desastroso, uma das fotos que nenhuma delas reconheceu, com direito a um "chute" de que seria a foto de George W. Bush foi a de Jesus Cristo. Já a foto do personagem central das propagandas do McDonalds, obteve o reconhecimento de 100%.
O filme mostra a desgraça a que está inserida a sociedade americana quando o assunto é obesidade, conseqüentemente saúde alimentar e no final da ponta, como a intenção lucrativa é maior que todas as outras coisas que possa haver no país.
Segundo "Super Size Me", por mais alertadas que estejam, as escolas alimentam mal seus alunos e isso não pode ser mudado por causa do forte lobby que a indústria alimentícia mantém no Congresso norte-americano.
Algumas conseqüências vieram com o filme, através da pressão popular que ficou horrorizada com os dados mostrados.
A cadeia de lanchonetes McDonald's anunciou que as refeições em tamanho super (super size) seriam cortadas do cardápio. Apesar de declarar que a mudança não ocorreu devido à repercussão do filme.
Algumas escolas tiraram o refrigerante da merenda servida nos bandejões e agora mantém um controle de calorias do que é ingerido pelos estudantes.
Morgan Spurlock engordou 11 kilos em um mês e teve o seu fígado transformado em uma esponja, assim como os alcoólatras.
Justificando as acusações do filme, no começo desse ano, o Congresso norte-americano acabou votando incentivos de corte de impostos para as grandes empresas alimentícias de fast-food.
O filme não é bom para a imagem do presidente George Bush quando toca nos grandes lobistas que existem dentro da Casa Branca.
É uma imagem ruim dos Estados Unidos, de uma sociedade doente, com 40% da população obesa, e com um governo atual que nada faz para mudar essa trágica situação.
Ser um país rico é bom, mas gastar todo o dinheiro com comida, chega a ser tragicômico.