Rio de Janeiro, 20 de Abril de 2025

Vladimir Putin promete ‘neutralizar’ rebelião contra exército russo

Em discurso na TV, presidente da Rússia chama motim de "punhalada nas costas", após milícia de ex-aliado tomar instalações militares russas em cidade no sul do país.

Sábado, 24 de Junho de 2023 às 14:01, por: CdB

Em discurso na TV, presidente da Rússia chama motim de "punhalada nas costas", após milícia de ex-aliado tomar instalações militares russas em cidade no sul do país.


Por Redação, com DW - de Moscou


O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu neste sábado esmagar o que chamou de motim armado, depois que o chefe mercenário rebelde Yevgeny Prigozhin disse que assumiu o controle de uma cidade do sul da Rússia, como parte de uma tentativa de destituir a liderança militar.




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O presidente russo, Vladimir Putin

A reviravolta dramática, com muitos detalhes obscuros, parece ser a maior crise doméstica que Putin enfrenta desde que ordenou uma invasão em grande escala da Ucrânia – que ele chama de "operação militar especial".


Em um discurso televisionado, Putin disse que "ambições excessivas e interesses escusos levaram à traição" e chamou o motim de uma "punhalada nas costas".


– É um golpe para a Rússia, para nosso povo. E nossas ações para defender a pátria contra essa ameaça serão duras.


– Todos aqueles que deliberadamente trilharam o caminho da traição, que prepararam uma insurreição armada, que seguiram o caminho da chantagem e métodos terroristas, sofrerão a punição inevitável, responderão tanto à lei quanto ao nosso povo – disse Putin.



Situação "difícil" em cidade tomada por mercenários


O presidente russo admitiu que a situação é "difícil" na cidade de Rostov-on-Don, no sul do país, onde o grupo paramilitar Wagner alega controlar instalações militares, incluindo um campo de aviação.


– Serão tomadas medidas decisivas para estabilizar a situação em Rostov, que é difícil – disse Putin em uma mensagem à nação, na qual afirmou que o funcionamento de "órgãos da administração civil e militar está de fato bloqueado" na cidade, onde está localizado o quartel-general militar russo da ofensiva na Ucrânia.


Prigozhin havia exigido que o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, e o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, que ele se comprometeu a destituir por causa do que ele diz ser sua desastrosa liderança da guerra contra a Ucrânia, fossem vê-lo em Rostov-on-Don, cidade perto da fronteira ucraniana que ele diz ter controlado.


Ele disse que tinha 25 mil combatentes que iriam "restaurar a justiça" e alegou, sem fornecer provas, que os militares haviam matado um grande número de combatentes de sua milícia privada em um ataque aéreo, algo que o Ministério da Defesa negou.


A milícia Wagner de Prigozhin liderou a captura da cidade ucraniana de Bakhmut no mês passado, e há meses ele vem acusando abertamente Shoigu e Gerasimov de incompetência e de negar munição e apoio ao Grupo Wagner.




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