Bolsonaro disse, ainda, que é possível verificar essa informação a partir da apuração do DNA das madeiras feita pela Polícia Federal para descoberta da procedência. Na transmissão, o presidente afirmou também que os países precisarão se conscientizar e colaborar com o Brasil.
Por Redação - de Brasília
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu, nesta sexta-feira, que o Brasil produz e exporta madeira ilegal, com entrega garantida a receptadores na União Europeia. Os mesmos países que criticam o governo dele por permitir ou até incentivar o desmatamento da Amazônia - e causa com isso a maior devastação já vista no bioma já vista em mais de um século - são os mesmos que compram o produto da atividade criminosa. Ao acusar os países europeus pela prática, Bolsonaro disse que colocará, assim, "um ponto final na questão".
— Países que nos criticam são, na verdade, receptadores — afirmou Bolsonaro em transmissão pelas redes sociais, numa referência a uma prática criminosa de adquirir algo, em proveito próprio ou alheio, ciente que é produto de um delito.
Bolsonaro disse, ainda, que é possível verificar essa informação a partir da apuração do DNA das madeiras feita pela Polícia Federal para descoberta da procedência. Na transmissão, o presidente afirmou também que os países precisarão se conscientizar e colaborar com o Brasil, dizendo que eles têm de ajudar a não desmatar o Brasil.
— Vão parar de falar que Bolsonaro é o desmatador, o inimigo do meio ambiente — acrescentou.
Desautorizado
Mais cedo, em transmissão a apoiadores, o presidente voltou a tocar no assunto.
— A madeira chega para ser exportada, fica uma nota e pelo DNA da madeira a PF sabe de onde vem aquela madeira. Então muitos países estão importando madeira nossa ilegal e nos criticam por desmatar. Então é só eles não comprarem que reduz em quase 90% com toda a certeza o desmatamento, porque ninguém quer o desmatamento ilegal no Brasil. Quem está comprando, está nos criticando. É como se fosse uma receptação — reforçou.
Bolsonaro acrescentou, na transmissão pelas redes sociais, ser passível de “cartão vermelho” alguém do governo que defender a proposta de expropriação de terras em caso de crime ambiental. Essa proposta surgiu no âmbito do Conselho da Amazônia, órgão que é comandada pelo vice-presidente Hamilton Mourão.
— Não existe conversa no governo sobre expropriação de terras na Amazônia — resumiu, desautorizando mais uma vez o general Mourão.