Bolsonaro diz que se Trump invadir a Venezuela, o Brasil vai junto

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Publicado Terça, 09 de Abril de 2019 às 12:46, por: CdB

O presidente afirmou que um possível conflito na Venezuela provavelmente envolverá uma guerra de guerrilha e que essa situação pode prolongar o confronto. Analistas e militares alertam para o risco de uma aventura bélica contra o país vizinho.

 
Por Redação, com Sputniknews - de Brasília
  "A decisão vai ser minha', diz Bolsonaro sobre participação em invasão na Venezuela. A declaração foi dada durante entrevista à Rádio Jovem Pan, na noite passada. Bolsonaro afirmou que caso ocorra uma invasão militar contra Caracas, irá consultar o Congresso, mas tomará a decisão pessoalmente. -- Vamos supor que haja uma invasão militar lá (Venezuela), a decisão vai ser minha, mas eu vou ouvir o Conselho de Defesa Nacional, e depois o Parlamento brasileiro, para tomar a decisão de fato na questão disso aí. A Venezuela não pode continuar como está -- disse.
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O Conselho de Defesa Nacional é um órgão consultivo da Presidência da República formado por ministros, congressistas e militares. Estes últimos têm, repetidamente, alertado para o risco de uma intervenção armada contra o país vizinho.

‘Vanguarda’

O presidente também afirmou que um possível conflito na Venezuela provavelmente envolverá uma guerra de guerrilha e que essa situação pode prolongar o confronto. — Como vai resolver esse assunto? A gente vai ficar quanto tempo lutando uma situação como essas daí? Talvez pelo embargo você possa pressionar o governo a cair — disse. Bolsonaro disse que os Estados Unidos "estão na vanguarda" na situação venezuelana e que o objetivo é criar descontentamento entre os militares do presidente Nicolás Maduro. Sobre a "ajuda humanitária" que foi enviada por Brasil e Estados Unidos a Caracas, Bolsonaro disse que ela "em grande parte" atingiu seu objetivo, que era colocar a população contra Maduro. — A intenção que existe dos Estados Unidos, e nossa também, é haver uma fissura, uma divisão no exército venezuelano. Não tem outro caminho — acrescentou.

Invasão militar

Comentando a possível participação em uma invasão militar na Venezuela, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro declarou que, caso ocorra, irá consultar o Congresso, mas tomará a decisão pessoalmente. Analistas avaliam que consequências poderia ter uma invasão brasileira. "Vamos supor que haja uma invasão militar lá [Venezuela], a decisão vai ser minha, mas eu vou ouvir o Conselho de Defesa Nacional, e depois o Parlamento brasileiro, para tomar a decisão de fato na questão disso aí. A Venezuela não pode continuar como está", disse Bolsonaro em entrevista à Rádio Jovem Pan. O presidente também afirmou que um possível conflito na Venezuela provavelmente envolveria uma guerra de guerrilha e que essa situação pode prolongar o conflito.

Intervenção

Segundo o especialista em relações internacionais e ex-diplomata Nikolai Platoshkin, se Brasília se evolver em uma invasão militar na Venezuela, isso poderia causar uma crise interna no Brasil. Ele sublinhou que no país ainda há manifestações em apoio ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que atualmente está preso e que tinha boas relações com o ex-líder venezuelano Hugo Chávez. — Qualquer aventura militar de Bolsonaro contra a Venezuela levaria a uma crise política interna (…) Milhões de pessoas, apoiadores do socialismo, iriam para as ruas e, como eu acredito, perturbariam essa intervenção — explicou Platoshkin ao serviço russo da Rádio Sputnik. O especialista refere que Bolsonaro fez essa declaração entendendo claramente que o Congresso nunca aprovaria uma invasão militar na Venezuela. — Então, ele diria: 'Amigo, está tudo pronto, mas há certas circunstâncias” — afirmou Platoshkin.

Maduro

O primeiro vice-presidente do comitê para Assuntos Internacionais do Conselho da Federação, Vladimir Dzhabarov, também opina que a declaração de Bolsonaro não passa de meras palavras, porque qualquer intervenção militar poderia levar a uma guerra civil de grande escala. O senador russo sublinhou que chegou a hora de discutir o problema da intervenção militar externa no âmbito do Conselho de Segurança da ONU. Quanto à posição da Rússia, Dzhabarov sublinha que quaisquer conflitos devem ser resolvidos à mesa das negociações, enquanto o uso da força poderia levar a consequências imprevisíveis. Em 21 de janeiro, na Venezuela tiveram início protestos em massa contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, logo depois de ele assumir o segundo mandato presidencial. Em 23 de janeiro, o líder da oposição do país, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino, tendo sido apoiado pelo Brasil, EUA e vários outros países. Maduro recebeu o apoio de tais países como a Rússia, México, China, Turquia, Indonésia e outros.
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