Rio de Janeiro, 10 de Dezembro de 2025

Dilma teme onda de violência nas próximas eleições devido fascismo

Presidenta deposta no golpe de Estado, em curso, Dilma Rousseff comenta os atos de violência promovidos por grupos ligados ao fascismo, no Sul do país.

Terça, 27 de Março de 2018 às 13:00, por: CdB

Presidenta deposta no golpe de Estado, em curso, Dilma Rousseff comenta os atos de violência promovidos por grupos ligados ao fascismo, no Sul do país.

 

Por Redação - de Curitiba

 

A presidenta deposta Dilma Rousseff (PT) condenou, nesta terça-feira, os atos hostis de manifestantes durante a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Sul do país. Ela disse a jornalistas que teme um "banho de violência" nos meses que antecedem a campanha presidencial deste ano.

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Grupos ligados ao fascismo atacaram a caravana do ex-presidente Lula

Grupos armados de chicotes, porretes; pedras e ovos atacaram simpatizantes do ex-presidente em cidades da Região Sul. Lula e aliados foram alvos dos manifestantes ligados ao fascismo. Eles chegaram a bloquear estradas; na tentativa de impedir o avanço da caravana. Para Dilma, os atos são cometidos por grupos milicianos.

— Vim denunciar o que pode acontecer na campanha, que é um banho de violência sobre nós; que sempre fomos defensores da democracia. Sempre que ela se restringiu, o povo perdeu. Há, no Brasil, processos muito violentos que vão chegar à campanha eleitoral — alertou, ao citar casos de violência registrados em Porto Alegre; Santa Maria, Chapecó e São Borja; outras cidades.

Agressões

A ex-mandatária também condenou as declarações da senadora Ana Amélia (PP-RS). A parlamentar de ultradireita elogiou aqueles manifestantes que atiraram ovos e “levantaram o relho”, discursou, contra Lula e seus aliados. No dia seguinte, apesar dos diversos vídeos divulgados nas redes sociais, Amélia negou, no Senado, o que havia dito na noite anterior.

O PT vai ingressar, nos próximos dias, junto à Procuradoria-Geral da República; com uma queixa-crime contra a parlamentar e com uma representação no Conselho de Ética do Senado.

— Em todos os locais são milícias armadas, tem gente com revolver e bomba. Tem foto disso —afirmou.

Miopia

Em Brasília, o chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, comentou os episódios ocorridos na caravana de Lula. No lugar de apoiar a redução da violência política, Marum disse que o PT deveria rever a estratégia de percorrer o país; “em campanha com o ex-presidente”.

— Nós entendemos que o presidente Lula não pode mais ser candidato. E essa decisão de hoje somente corrobora esse entendimento — disse.

O parlamentar afastado das funções referia-se à rejeição; pela Oitava Turma do Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-IV), dos embargos de declaração impetrados pela defesa de Lula. Ele foi condenado no processo do tríplex no Guarujá (SP), a 12 anos e 1 mês de prisão.

Lula lidera as pesquisas de intenção de voto para a Presidência em outubro mas; confirmada a condenação, a tendência é que seja impedido de disputar as eleições. Estaria incorrendo na Lei da Ficha Limpa.

Novo golpe

Na coletiva para a imprensa internacional, a qual Dilma afirmou ter muita gratidão por se levantar contra o golpe de Estado, em curso, a presidenta afastada reiterou que seu partido não tem um plano B para a vaga de Lula, na corrida presidencial. Ela afirmou que não há motivos para o ex-presidente ser preso ou proibido de se candidatar nas eleições desse ano.

— Impedir o Lula ser candidato é um segundo golpe — disse.

Dilma afirmou que ainda não definiu se vai se candidatar a algum cargo em 2018. Ela salientou, porém, que quanto o maior desafio mais se sente estimulada. Embora tenha perdido seu mandato como presidenta, Dilma manteve seus direitos políticos e pode disputar as eleições este ano se quiser.

Rousseff acrescentou que se o PT voltar ao comando do país vai trazer de volta a obrigatoriedade de que a Petrobras tenha no mínimo 30% de todos os campos de petróleo na camada pré-sal.

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