Rio de Janeiro, 14 de Dezembro de 2025

Ex-presidente do Peru é investigado como líder de organização que lavava dinheiro

O ex-presidente do Peru Alan García está sendo investigado como líder de uma organização criminosa de lavagem de dinheiro, integrada por cerca de 30 pessoas

Quinta, 05 de Outubro de 2017 às 07:56, por: CdB

Segundo o La República, o promotor afirma que esse grupo enriqueceu cometendo crimes de corrupção contra a administração pública

Por Redação, com EFE - de Lima:

O ex-presidente do Peru Alan García está sendo investigado como líder de uma organização criminosa de lavagem de dinheiro, integrada por cerca de 30 pessoas, entre elas sua esposa, Pilar Nores, e vários ex-ministros. A informação é da agência EFE.

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O ex-presidente do Peru Alan García

As investigações ocorrem de maneira paralela ao caso Odebrecht no país. A Promotoria acusa García de ter participação nas propinas pagas pela construtora para ganhar várias licitações durante seu governo; entre elas o trecho 2 da linha 1 do metrô de Lima.

As informações sobre o novo inquérito foram divulgadas na quarta-feira pelo jornal peruano La República; que afirma que o promotor do caso, José Antonio Castañeda, decidiu prorrogar as investigações para o próximos 36 meses; dentro da Lei contra o Crime Organizado.

Entre os 30 acusados estão os ex-ministros Luis Nava, Aurelio Pastor, Hernán Garrido Lecca e José Antonio Chang. Outro citado é Facundo Chinguel, também ex-membro do governo; condenado a nove anos de prisão pela libertação ou redução de pena de 3 mil traficantes em troca de propina.

Segundo o La República, o promotor afirma que esse grupo enriqueceu cometendo crimes de corrupção contra a administração pública; mantendo um esquema "devidamente estruturado, com alcance nacional e internacional, regular e permanente".

Sigilo

Titular da Primeira Promotoria Corporativa Especializada em Lavagem de Dinheiro, Castañeda decretou sigilo sobre o caso. Quatro congressistas do Partido Aprista Peruano (PAP) protestaram contra o vazamento do processo; e contra a classificação de crime organizado utilizada pelo promotor.

Jaime del Castillo, primeiro-ministro do Peru durante o segundo mandato de García, acusou o promotor de "prevaricar"; por investigar acusações que já foram arquivadas. "Sem nenhuma indisposição, ele tem o descaramento de desacreditar um conjunto de pessoas lideradas pelo ex-presidente; e ainda acusa de maneira infame Pilar Nores de ser participante", afirmou Castillo.

O porta-voz do PAP no parlamento, Mauricio Mulder, disse que apresentará uma denúncia à Promotoria porque "há promotores de araque que se dedicam a fazer política".

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