Marcello Alencar, aos 88 anos, morre em casa e seu corpo segue ao Palácio da Cidade

Ex-governador do Rio, o advogado Marcello Alencar morreu, na madrugada desta terça, aos 88 anos. Ex-prefeito do Rio e presidente do extinto Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj), Alencar foi suplente do senador Mário de Souza Martins e assumiu o mandato, pelo MDB, de setembro a dezembro de 1967, durante o regime militar. Em 1969, foi cassado e teve os direitos políticos suspensos pelo Ato Institucional nº 5. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, decretou luto oficial de três dias, em homenagem ao antecessor. Marcello faleceu em casa, em São Conrado, na Zona Sul, às 4h15, segundo familiares. O velório, segundo nota divulgada pelo PSDB-RJ, foi marcado para esta quarta-feira, a partir das 9h, no Palácio da Cidade, em Botafogo. Presidente de Honra do PSDB fluminense, o ex-governador "é mais um grande personagem da história da democracia brasileira que perdemos. Nossa despedida a um grande brasileiro: Marcello Alencar. O país perde um grande brasileiro! Faleceu nesta madrugada o ex-prefeito e ex-governador do Rio, Marcello Alencar", lamentou, em nota, o partido. O presidente da legenda, deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha, também lamentou a morte do amigo e aliado, que já estava afastado da vida política por motivos de saúde. – Estou profundamente triste. Ele foi um ícone para todos nos do PSDB e deixou um grande legado nas áreas política e administrativa – afirmou. O deputado Luiz Paulo também publicou em sua página no Facebook uma foto ao lado do ex-governador com a mensagem: "É com pesar que informo a morte do ex-prefeito do Rio e ex-governador Marcello Alencar, aos 88 anos, na madrugada desta terça-feira. Tinha Marcello Alencar como um honrado e respeitado homem público, além de grande líder. Meus pêsames à família e aos muitos amigos que deixa". Luiz Paulo lembrou a trajetória de Marcello, que teve o mandato de senador cassado e seus direitos políticos suspensos pela ditadura (1964-1985) em 1969, após o decreto do Ato Institucional nº 5, e se tornou advogado de presos políticos. Após a redemocratização, ele voltou à política no PDT do ex-governador Leonel Brizola, também perseguido pelo regime. – Marcello sempre repetia que a ditadura roubou 20 anos de sua vida política. Como gestor, tirou a prefeitura da falência e modernizou o Estado com as primeiras concessões na área de transportes – acrescentou o deputado. Alencar foi eleito prefeito do Rio de Janeiro em 1988, quando implantou o Rio-Orla – ciclovias na orla da capital fluminense. Em 1994, já filiado PSDB, derrotou Anthony Garotinho nas urnas e foi eleito governador do Estado. O ex-governador era escritor, advogado por formação e foi suplente do senador Mário de Sousa Martins pelo extinto Estado da Guanabara, quando ainda filiado ao MDB. Em sua conta no Twitter, o deputado estadual Otavio Leite (PSDB) também prestou homenagem ao postar uma foto com o ex-governado com a mensagem: "Meu amigo, professor e minha referência política".