Moro a Greenwald: ‘A montanha pariu um rato' - Greenwald a Moro: ‘Continua mentindo’

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Publicado Quarta, 19 de Junho de 2019 às 10:48, por: CdB

Durante seu depoimento aos parlamentares, Moro encontrou um ambiente favorável e, por vezes, carinhoso por parte dos senadores.

 
Por Redação - de Brasília
  Sob a proteção de uma tropa de choque integrada por parlamentares governistas ou que respondem a processos na Justiça, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, aproveitou o palanque armado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), no Senado, para se dizer vítima dos acontecimentos. Segundo o ex-juiz que liderou a Operação Lava Jato até a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sua atuação no processo teria ocorrido nos limites da legalidade. Em pronta resposta, o jornalista norte-americano Glenn Greewald disparou: "Continua mentindo".
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Moro foi tratado com extrema deferência na CCJ, sob a condução da senadora Simone Tebet (MDB-MT)
Durante seu depoimento aos parlamentares, Moro encontrou um ambiente favorável e, por vezes, carinhoso por parte dos senadores. A começar pela presidente da Comissão, Simone Tebet (MDB/MT). Ela disse que o ministro falava aos senadores na condição de convidado, nem era testemunha, tampouco réu.

Biografia

O ambiente, portanto, foi amplamente favorável para o ex-juiz recorrer à vitimização. Se disse comprador de celulares baratos e desconhecedor profundo das redes sociais. Ele lembrou que uma das senadoras presentes era uma juíza que poderia confirmar que a conversa entre as partes é absolutamente comum no Direito brasileiro. A juíza em questão é Selma Arruda, do PSL do Mato Grosso, que teve cassado inicialmente seu mandato por uso de caixa dois. O senador Angelo Coronel, do PSD da Bahia, desafiou Moro a disponibilizar seu telefone. Mas Moro insiste que as mensagens desapareceram no instante em que se desligou do aplicativo Telegram. Moro reforçou ainda que não se recorda das mensagens enviadas há um mês, que dirá aquelas supostamente trocadas há dois ou três anos. No que um senador gaiato retrucou: — De fato não se pode exigir da memória de Sérgio Moro. Ele, no programa do Bial, esqueceu da última biografia que leu — ironizou.

Mentiroso

Diante das respostas do ministro, na CCJ, o editor-chefe da agência norte-americana de notícias Intercep Brasil, jornalista Glenn Greenwald, assegurou que o ministro mentiu no depoimento à Comissão. “Moro continua tentando insinuar que as conversas que estamos publicando podem ser alteradas, mas ele não sabe, porque afirma que não as tem mais. Mas Deltan os tem. LJ tem eles. Se eles foram alterados, eles poderiam facilmente provar isso. Mas eles não fizeram e nunca vão”, disse Greenwald, no Twitter. "Além disso, já começamos a trabalhar com outros jornais, revistas e jornalistas com esses materiais. Ninguém jamais alegou, e muito menos provou, que qualquer coisa que publicamos foi alterada. Isso porque todos - especialmente Moro e LJ - sabem que são autênticos", continuou.

'Baixeza'

"Mais uma vez, senadores: não precisam pegar as mensagens de Moro do Telegram (embora Moro tenha se recusado se autorizaria sua divulgação). Deltan os tem. LJ tem. Se alguma coisa fosse 'alterada', eles poderiam facilmente provar. Por que eles não têm? Todos nós sabemos porque", escreveu. Em seu depoimento, Moro afirmou que um "grupo criminoso" acessou a troca de mensagens dele com procuradores e cometeu uma "baixeza" para "minar os esforços anticorrupção”.
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