Em queda nas pesquisas, Bolsonaro corre para se filiar a algum partido

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Publicado Terça, 13 de Julho de 2021 às 13:02, por: CdB

Além do Patriota, outras três legendas estão na mira do presidente. Mas nem isso está certo, ainda. Segundo o senador, o presidente busca alternativas em agremiações como o Partido Progressista (PP), o Partido Liberal (PL) e o Republicanos.

Por Redação - de Brasília
Pressionado pela queda vertiginosa nas intenções de votos dos eleitores brasileiros, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se apressa na escolha de uma legenda que possa abrigar sua intenção de participar das eleições, no ano que vem. A jornalistas, nesta terça-feira, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) disse que a intenção de seu pai é encontrar algum partido ainda esse ano.
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Senador Flávio Bolsonaro tem feito vários contatos com outros partidos, em busca de um lugar para o pai, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
Além do Patriota, outras três legendas estão na mira do presidente. Mas nem isso está certo, ainda. Segundo o senador, o presidente busca alternativas em agremiações como o Partido Progressista (PP), o Partido Liberal (PL) e o Republicanos, e que a ideia é se filiar ainda esse ano. — Não temos tempo a perder. Estamos avaliando alternativas como PP, PL e Republicanos. Não seria o que queríamos inicialmente, que era o presidente ter um partido para chamar de seu. Mas, por outro lado, tem a vantagem de já estar em um partido maior, com mais tempo de televisão e fundo partidário, para disputar a eleição. A decisão está com o presidente — disse o filho ’01’ do presidente.

Comando

Desde que deixou o Partido Social Liberal (PSL), em novembro de 2019, Bolsonaro procura uma sigla para abrigar sua reeleição em 2022. Tentou montar o Aliança pelo Brasil, mas a estratégia não funcionou. Os partidos citados por Flávio são os que apoiam o presidente no Congresso. Entretanto, o senador ressaltou que o Patriota ainda é uma opção para o pai. No dia 24 de junho, uma convenção nacional do Patriota decidiu afastar por 90 dias Adilson Barroso da presidência do partido. A reunião foi convocada pelo vice-presidente da sigla, Ovasco Resende, que assume o comando de forma interina. A mudança ocorre no momento em que o presidente negocia a filiação à legenda para lançar sua campanha à reeleição. Barroso é a favor da entrada de Bolsonaro no partido e Resende, contra. A articulação do presidente para se filiar à legenda e controlar diretórios estratégicos deflagrou uma guerra entre correligionários.

Legenda

Essa "guerra" entre correligionários dentro de partidos pequenos, como o Patriota, já havia sido apontada pelo doutor em ciência política do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ, Leonardo Martins Barbosa, ouvido pela agência russa de notícias Sputnik Brasil. Barbosa explicou que por mais que pareça um benefício a entrada de um candidato forte, como Bolsonaro, em uma legenda pequena, existe também uma resistência para essa filiação, uma vez que "essas siglas, de menor expressão, também não querem ceder o controle do partido, pois esses já teriam os seus próprios 'caciques', e a chegada de 'mais um' poderia causar problema dentro da legenda". — Muita gente vai ser deixada de lado nessa história (…). Você teria que agradar mais caciques dentro desses partidos nanicos, e, inevitavelmente, quando o Bolsonaro entrar, alguém vai ter que ficar de fora — resumiu Barbosa.
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