Com rejeição em disparada, Bolsonaro permanece sem partido

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Publicado Sexta, 25 de Junho de 2021 às 12:15, por: CdB

O derretimento de Bolsonaro, na avaliação do cientista político Claudio Couto, mostra que o modus operandi do governo federal, baseado no caos, não é aceito. Com uma das piores gestões sobre a pandemia de covid-19 no mundo, Bolsonaro é desaprovado por 66% da população.

Por Redação - de Brasília

A pesquisa do instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), divulgada na véspera, aponta o presidente Jair Bolsonaro com uma rejeição de 62%. Ele seria derrotado no primeiro turno das eleições presidenciais de 2022, caso fosse candidato, o que ainda não é possível no momento, uma vez que não está filiado a algum partido e observa dificuldades nesse sentido.

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Bolsonaro tenta demonstrar força após queda de popularidade

O derretimento de Bolsonaro, na avaliação do cientista político Claudio Couto, mostra que o modus operandi do governo federal, baseado no caos, não é aceito. Com uma das piores gestões sobre a pandemia de covid-19 no mundo, Bolsonaro é desaprovado por 66% da população. Além disso, 50% dos brasileiros acham o governo ruim/péssimo. Já o percentual dos que dizem que o governo Bolsonaro é ótimo/bom caiu de 31% para 23%.

— É uma queda consistente na avaliação do presidente. A avaliação de ruim e péssimo subiu 11% e isso foi uma migração de quem o achava regular. Ou seja, não há uma avaliação intermediária, mas uma piora na percepção — avaliou Couto, em entrevista agência brasileira de notícias Rede Brasil Atual (RBA).

‘Terceira via’

Com apenas 23% de aprovação, a pesquisa mostra que o governo está apenas com o apoio do núcleo duro de bolsonaristas, analisa o cientista político.

— Ele não governa, ele opera com base no caos. Ou seja, meio milhão de brasileiros morreram, a economia não andou, as políticas públicas foram devastadas e não sobra país — criticou Claudio.

Na análise do cientista político, a única chance de presidenciáveis que se colocam na “terceira via” é a partir de um impeachment de Bolsonaro.

— Apesar da rejeição, Bolsonaro ainda resiste nos 23% do eleitorado, e a única chance que esses candidatos têm é se tirar Bolsonaro do jogo. Ontem, saiu uma matéria que estaria se construindo uma aliança de empresários e políticos de direita pelo impeachment do Bolsonaro, pois abriria espaço para a terceira via. Vimos indagações de que só havia esquerda nas manifestações contra o presidente, enquanto a centro-direita não organizou nenhum ato próprio contra Bolsonaro. Eles não estão se mexendo, diante disso fica mais difícil criar uma candidatura de terceira via — aponta Claudio Couto.

A consulta foi feita presencialmente, com 2.002 eleitores, em 141 municípios, entre 17 e 21 de junho. Antes, portanto, de estourar o escândalo da compra superfaturada em mais de 1.000% da vacina indiana Covaxin, que será debatida hoje na CPI da Covid.

Sem partido

Não bastasse a derrocada de seu prestígio junto aos eleitores brasileiros, a convenção Nacional do Patriota decidiu, por unanimidade na noite passada, afastar o presidente da sigla, Adilson Barroso, por 90 dias — o que pode complicar a pretensão de Jair Bolsonaro de se lançar à reeleição pelo partido. Isso porque Barroso foi afastado justamente por promover mudanças e negociar individualmente a vinda da família do presidente, sem ouvir a maioria dos dirigentes do diretório nacional.

Quem assume no lugar de Barroso é o vice-presidente do Patriota, Ovasco Resende, que se opôs às mudanças promovidas com intuito de abrigar Bolsonaro.

— Sempre dissemos que o presidente Adilson fez uma série de irregularidades, que tratou de convenção atrás de convenção — resumiu Jorcelino Braga, secretário-geral do Patriota, em entrevista coletiva após a reunião.

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