juros

A atual política de juros do BC tem sido criticada duramente pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por setores do empresariado; além de parte do mercado financeiro.  

Nesta manhã, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que a redução da taxa Selic de seu patamar atual de 13,75% precisa ser iniciada com um corte de 0,5 ponto percentual pelo BC.

A última vez em que a inflação apresentou queda foi em setembro do ano passado. Esse é também o menor resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para um mês de junho desde 2017 - quando o índice foi de -0,23%.

Lula chamou o presidente do BC de "tinhoso", em uma crítica ao seu posicionamento conservador. No entanto, afirmou que acredita que os juros vão baixar. Ele também destacou os crescentes sinais de otimismo sobre a economia brasileira.

Le Grazie afirmou em entrevista à agência norte-americana de notícias Bloomberg que ainda é vantajoso investir em juros médios, pois a taxa de 8,5% da Selic ainda não está refletida nos preços.

A ata informa, ainda, que os integrantes do colegiado foram unânimes na ponderação de que os passos futuros da política monetária dependerão de fatores relativos à evolução, expectativas e projeções da inflação.

A Lei de Autonomia do Banco Central, de 2021, estabelece mandatos fixos ao presidente do BC e seus diretores, com mandato de quatro anos, com direito a uma recondução. Indicado pelo antecessor Jair Bolsonaro, Campos Neto pode ficar no cargo até dezembro de 2024.

Na ata da última reunião, em maio, o órgão já havia informado que a decisão da taxa de juros requer “paciência e serenidade”. Mais uma vez, o Copom reforçou a possibilidade de aumentar a Selic, “apesar de ser um cenário menos provável”.

Segundo o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, a atual taxa básica de juros, de 13,75% ao ano, reduz a oferta de empregos, ao tornar os incentivos no mercado financeiro mais interessantes do que na produção.

Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que os juros deveriam ter começado a cair em março. Desde o início do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também critica os juros. Em janeiro, ele afirmou que o atual nível da taxa Selic atrapalha os investimentos e que não existe nenhuma justificativa para que esteja no atual patamar.

O presidente cobrou de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, que explique à população as razões para o elevado patamar da Selic.

O PBOC reduziu a taxa de seus empréstimos de um ano, concessões de médio prazo, em 10 pontos-base, para 2,65%, a primeira redução desde agosto de 2022. É provável que isso leve os bancos a baixarem suas taxas de empréstimo na próxima semana.

A empresária também sinalizou que aguarda “ao menos um sinal" de corte da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), no mês que vem. O comitê volta a se reunir nos dias 20 e 21 de junho.

A Adam Capital, que construiu posições que ganham com a alta dos juros futuros, diz que não há espaço para o Banco Central afrouxar o tom, já que os itens de maior “inflação inercial” permanecem em níveis elevados – o que ecoa opiniões do próprio BC.

A inflação desacelerou em toda a região, mas a queda “ainda é insuficiente para deixar as autoridades monetárias confortáveis”, particularmente considerando o cenário de expectativas de inflação e elevados prêmios de risco, acrescenta Ramos.

A nova investida contra a autoridade monetária ocorre após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manter sua estratégia de um suposto combate à inflação com a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, a mais alta do mundo, em sua primeira decisão após a apresentação do novo arcabouço fiscal pela equipe econômica.

Para o próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos no país) é de crescimento de 1,41%. Em 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,8% para os dois anos.

Segundo Haddad, é preciso “compreender que essa harmonização é absolutamente imprescindível para a gente, a partir do ano que vem, crescer com robustez, com segurança e permitir que esse crescimento faça as adequações necessárias desse enorme conflito que precisa ser superado com prudência, seriedade e transparência”.

Segundo a economista Viviane Bittencourt, houve um aumento do pessimismo das famílias com renda familiar mais baixa e redução para as famílias de maior poder aquisitivo, heterogeneidade que "torna difícil uma sinalização mais clara sobre as perspectivas futuras" da confiança do consumidor.

Campos Neto ressaltou, ainda, ser “importante entender que o BC atua de forma autônoma e acumulou antes. E quanto mais cedo você atua, menos custo tem para a sociedade”. O executivo descreveu o cenário financeiro do Brasil com a média dos núcleos de inflação em 7,8% e a taxa Selic em 13,75% ao ano.