Foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e um de busca e apreensão pessoal em desfavor de dois acusados expedidos pela Unidade Judiciária de Delitos de Organizações Criminosas do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte.

Esta é a terceira fase das investigações e constatou-se que a organização criminosa contava com a participação de servidores ocupantes de cargos estratégicos e de direção do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM).

A Justiça Federal também decretou medidas de sequestro patrimonial e bloqueio de bens dos investigados, cujo valor total supera os R$ 6,7 bilhões.

A investigação teve início em agosto de 2023, quando a Polícia Civil compartilhou informações indicando que integrantes de uma facção criminosa estavam cadastrando pontos de venda de drogas.

As investigações revelaram uma complexa engrenagem montada pelo grupo criminoso e a grande quantidade de indivíduos interconectados, alguns deles com envolvimento com conhecida facção criminosa.

A investigação teve início após a prisão de um homem que desembarcou em voo comercial no aeroporto da capital piauiense portando mais de 3 kg de cocaína na bagagem.

As investigações apontaram que o investigado estava homiziado na cidade de Jaboatão do Guararapes se utilizando de documento falso. Ele já foi investigado nas denominadas operações Al-Kunya e Sol Nascente.

Durante a ação, os policiais apreenderam uma pistola, um veículo roubado e adulterado, coletes balísticos e outros materiais. De acordo com a Draco, ele já havia sido preso, em 2019, por porte ilegal de arma de fogo.

Contra o homem foi cumprido um mandado de prisão preventiva por homicídio de um agente público daquele estado e por tentar matar a esposa do servidor municipal. Com ele foram apreendidos carregadores, pistolas, munições, documentos falsos, além de farta quantidade de drogas.

Entre os ilícitos praticados pelo grupo estaria a formação dos chamados "bondes”, grupo com cerca de 20 a 30 traficantes que se reúnem para atacar rivais, além do comércio de entorpecentes, tráfico de armas e munições, de roubos a banco e corrupção de menores.

O preso, já denunciado, é acusado de ser o responsável por fazer o transporte de armas, drogas e de traficantes entre diversas comunidades dominadas por uma das principais facções do Rio.

A Polícia Federal descobriu que, entre 2018 e 2021, doze empresas de fachada, com sedes fictícias em Goiânia, foram utilizadas em esquema de lavagem de dinheiro oriundo de crimes praticados em regiões de fronteira internacional.

Segundo informações da secretaria, outros dois agentes, um da PF e outro da Polícia Civil, ficaram feridos. No confronto, também morreram quatro homens suspeitos de integrar a organização criminosa.

A Justiça também determinou a apreensão de 16 veículos e seis imóveis, o bloqueio dos valores disponíveis em 11 contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas e a suspensão da atividade empresarial de quatro pessoas jurídicas usadas para a prática de branqueamento de capitais.

De acordo com as investigações, um dos líderes da facção está preso e comandava a venda de drogas em municípios da Região Serrana do Estado. Os criminosos atuam em diversas modalidades de delitos.

Segundo as investigações, o autor integra uma das maiores facções criminosas que atuam no Estado. Ele seria um dos responsáveis por obrigar os moradores da comunidade do Morro do Engenho a adquirir botijões de gás do grupo criminoso.

A ação desta segunda-feira é um desdobramento da Operação Caixinha, deflagrada pela FTSP em 10 de março de 2023, que investigou um esquema em que administradores da facção estariam cobrando taxas de manutenção mensal.

De acordo com investigações, o grupo em questão é vinculado a uma facção criminosa que tem praticado diversos homicídios de integrantes de facções rivais, devido à disputa por domínio territorial.