Caso a proposta seja aprovada no Congresso, porém, os ministros do STF não hesitaram em afirmar que a questão será judicializada e, eventualmente, chegará ao Supremo.
Por Redação – de Brasília
A iniciativa das bancadas identificadas com o neofascismo bolsonarista para alterar a Lei da Ficha Limpa, com o objetivo de reduzir o período de inelegibilidade de oito para dois anos dos políticos condenados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não passa de mais uma estratégia de manter viva a possibilidade de uma candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2026. Os ministros ouvidos pela mídia conservadora, nesta quinta-feira, disseram ainda que a Corte Suprema observa, de perto, essa movimentação.

O novo formato da proposta prevê que o prazo de inelegibilidade passaria a contar a partir da eleição que resultou na punição, abrindo caminho para que Bolsonaro – declarado inelegível até 2030 – pudesse disputar novamente o cargo. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), demonstrou disposição para discutir a mudança, e alega que o tempo de inelegibilidade de oito anos é “muito longo”.
Caso a proposta seja aprovada no Congresso, porém, os ministros do STF não hesitaram em afirmar que a questão será judicializada e, eventualmente, chegará ao Supremo.
Golpe do 8/1
Ainda no Supremo, a investigação sobre o golpe de Estado fracassado no 8 de Janeiro também avança e Bolsonaro é apontado como o mentor da tentativa de ruptura do Estado democrático e de Direito. Entre integrantes da Corte, a maioria não tem dúvidas sobre a atuação de Bolsonaro, embora a situação de figuras menores, principalmente civis, ainda gere discussões.
No STF, o plano é julgar o ex-mandatário neofascista até o fim deste ano, contando para isso a denúncia fatiada da Procuradoria-Geral da República (PGR).