Rio de Janeiro, 07 de Dezembro de 2024

Com juros mais altos, inadimplência se agrava, segundo pesquisa da CNC

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Quarta, 06 de Novembro de 2024 às 21:23, por: CdB

O estudo revela que, em outubro, 29,3% dos consumidores tinham dívidas em atraso por 30 dias ou mais, ante 29,0% em setembro. Em outubro de 2023 eram 29,7% os consumidores com dívidas em atraso de mais de um mês.

Por Redação, com ACS – de Brasília

Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada nesta quarta-feira, indica que a taxa de juros mais alta no país encarece as dívidas e segura mais famílias em situação de inadimplência.

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Um número cada vez maior de brasileiros naufraga diante das dívidas

O estudo revela que, em outubro, 29,3% dos consumidores tinham dívidas em atraso por 30 dias ou mais, ante 29,0% em setembro. Em outubro de 2023 eram 29,7% os consumidores com dívidas em atraso de mais de um mês.

Já o percentual de famílias com dívidas em atraso por mais de 90 dias atingiu 50,4% do total de endividados em outubro deste ano. É o maior desde fevereiro de 2018 e mostra que os atrasos permanecem por mais tempo, “porque o aumento das taxas de juros leva a um encarecimento das dívidas”, ressalta a pesquisa.

 

Desafiador

Conforme o levantamento, a alta de juros faz com que as famílias precisem de prazos mais longos para quitá-las.

“O percentual de comprometimento da renda mais desafiador ajuda a explicar o aumento do percentual de famílias que não terão condições de pagar as contas atrasadas, mostrando que os prazos mais longos das dívidas e o menor endividamento não estão sendo suficientes para compensar a alta do nível de juros”, assinala o relatório.

 

Recuo

Ainda segundo a CNC, a inadimplência entre as famílias de menor renda (até três salários mínimos) alcançou 37,7% em outubro, “refletindo o impacto dos juros elevados e das condições de crédito mais restritivas sobre o orçamento dos mais vulneráveis”. O aumento ocorreu apesar da redução geral do endividamento, que recuou para 76,9%, nível semelhante ao registrado em outubro do ano passado, indicando mais cautela das famílias com o uso de crédito.

“A dependência de crédito em um cenário de juros elevados torna a quitação de dívidas um desafio ainda maior para as famílias mais pobres”, disse o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros. “Acreditamos que, com medidas voltadas para a redução de gastos públicos, é possível abrir espaço para uma possível queda dos juros, o que traria um alívio significativo para os consumidores e para a economia como um todo”, resumiu.

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