Investigações do MPRJ revelaram direcionamento de contratos públicos da fundação, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para prestação de serviços em três unidades estaduais.
Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) cumpriu, nesta terça-feira, 12 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de fraudes em contratos da Fundação Estadual de Saúde com empresas. Entre os alvos da operação Vigília figuram dois delegados da Polícia Civil.

Investigações do MPRJ revelaram direcionamento de contratos públicos da fundação, vinculada à Secretaria Estadual de Saúde para prestação de serviços em três unidades estaduais: Hospital Heloneida Studart, em São João de Meriti; Hospital Estadual da Mulher, em Mesquita; e Centro Estadual de Diagnóstico e Imagem, no centro do Rio.
De acordo com o Ministério Público, duas empresas foram favorecidas pelo esquema, com a ajuda de um delegado e de seu pai. A ação conta com o apoio da Corregedoria Geral da Polícia Civil.
Planos de saúde
Policiais civis da Delegacia do Consumidor (Decon) e do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE) realizaram a “Operação Bisturi”, na segunda-feira, contra uma organização criminosa que pratica fraudes em planos de saúde. Segundo as investigações, o grupo é formado por médicos, advogados e empresas que atuam na área da saúde.
A operação tem como objetivo cumprir 15 mandados de busca e apreensão contra 11 alvos investigados e arrecadar documentos, telefones celulares e outros aparelhos eletrônicos para análise de dados. A ação ocorreu em endereços localizados na Barra da Tijuca e Jacarepaguá, na Zona Oeste; no Leblon e em Ipanema; na Zona Sul; e em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. As equipes apreenderam documentos, incluindo fichas médicas e notas fiscais; computadores portáteis e de mesa; telefones celulares; pen drives, entre outros materiais.
De acordo com as investigações, o grupo criminoso apresentava na Justiça ações judiciais com pedido de liminares para acelerar a aprovação de cirurgias superfaturadas a serem pagas pelos planos de saúde, visando obtenção de vantagens indevidas para o grupo criminoso, que inclui empresas fornecedoras de orteses, próteses e materiais especiais (OPME) com alto custo no mercado.
Segundo a Decon, entre as fraudes cometidas estão: reembolso sem desembolso; cirurgias inexistentes; superfaturamento; divergência no material efetivamente utilizado nas cirurgias e cotações comprometidas. Os integrantes do grupo checaram a solicitar requerimentos e procedimentos em nome de médicos mortos. A estimativa é de que o grupo tenha causado um prejuízo de R$ 50 milhões.