Rio de Janeiro, 20 de Abril de 2025

Preços mais altos pressionam orçamento de famílias pobres

Embora a inflação atinja todas as famílias, o impacto maior recai sobre as pessoas mais carentes. Isso ocorre justamente porque produtos básicos - como alimentos, gás e serviços de energia elétrica - têm um peso maior na cesta de consumo destas famílias. Assim, os pobres gastam uma parcela maior da renda com comida, na comparação com os ricos.

Quinta, 24 de Junho de 2021 às 12:28, por: CdB

Embora a inflação atinja todas as famílias, o impacto maior recai sobre as pessoas mais carentes. Isso ocorre justamente porque produtos básicos - como alimentos, gás e serviços de energia elétrica - têm um peso maior na cesta de consumo destas famílias. Assim, os pobres gastam uma parcela maior da renda com comida, na comparação com os ricos.

Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro

Uma lembrança que ainda arde, no bolso dos brasileiros, a inflação volta a pressionar o orçamento das famílias no Brasil, em especial as de menor poder aquisitivo. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a alta de preços atinge de maneira diferente ricos e pobres.

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O preço dos cereais tem subido, dia após dia, e um saco de 5 kg de arroz já custa mais de R$ 50 em alguns supermercados

Desde que a pandemia do novo coronavírus começou, em março do ano passado, a inflação oficial acumulada medida pelo IPCA foi de 7,39%. Para as famílias com renda de até cinco salários mínimos, porém, o índice medido pelo INPC foi maior, de 8,57%.

No início da pandemia, os índices chegaram a registrar deflação nos meses de abril e maio de 2020, em meio à retração da atividade econômica e à onda de bloqueios em todo o País. Mas nos meses seguintes os indicadores voltaram a subir, puxados por questões específicas.

Inflação

O primeiro grande choque foi a alta do preço dos alimentos. Base da alimentação do brasileiro, o arroz disparou 76% no ano passado e o feijão preto subiu 45%. A alimentação em domicílio ficou 18% mais cara.

Embora a inflação atinja todas as famílias, o impacto maior recai sobre as classes mais baixas. Isso ocorre justamente porque produtos básicos - como alimentos, gás e serviços de energia elétrica - têm um peso maior na cesta de consumo destas famílias. Em outras palavras, os pobres gastam uma parcela maior da renda com comida, na comparação com os ricos. Quando o preço do arroz sobe muito, são os pobres os mais prejudicados.

— A inflação não é igual para todo mundo e incide mais desastrosamente sobre os mais pobres. As classes mais baixas estão tendo uma queda real no consumo enquanto as classes mais altas, que acumularam poupança durante a pandemia, se preparam para um aumento no consumo de serviços, que tem uma demanda represada — resume o diretor executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, Felipe Salto.

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