Para os atuais líderes da direita, nos bastidores do Congresso, o nome do deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL) como novo articulador político do Palácio do Planalto garantiria maior interlocução entre o Parlamento e o Executivo, com aumento da governabilidade.
Por Redação – de Brasília
A reforma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem realizando em seu gabinete, desde o início deste ano, a começar pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) com a chegada do publicitário Sidônio Palmeira, foi paralisada até que se encontre uma alternativa ao atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha (PT). O deputado paulista tornou-se um dos principais desafios da reforma ministerial em curso, conforme apurou a colunista Malu Gaspar, do diário conservador carioca ‘O Globo’.

O destino de Padilha é um ponto de tensão na reconfiguração da Esplanada dos Ministérios, diante das dificuldades do governo em consolidar uma base de apoio sólida no Congresso, conforme apurou Gaspar. A alternância no front parlamentar do governo tem sido uma constante entre interlocutores dos novos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil).
Para os atuais líderes da direita, nos bastidores do Congresso, o nome do deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL) como novo articulador político do Palácio do Planalto garantiria maior interlocução entre o Parlamento e o Executivo, com aumento da governabilidade.
Críticas
Desgastado por parte da Câmara e do Senado; além de de setores do próprio governo, Padilha mantém, no entanto, total confiança do presidente Lula, que faz questão de mantê-lo na equipe. Entre as alternativas cogitadas está sua nomeação para o Ministério da Saúde, em substituição à atual titular, Nísia Trindade, cujo desempenho tem sido alvo de críticas, inclusive dentro do PT.
Médico formado pela Unicamp, Padilha já comandou a Saúde entre 2011 e 2014, no governo da presidenta deposta Dilma Rousseff (PT), e poderia reassumir a pasta, que tem um dos maiores orçamentos da Esplanada, totalizando R$ 241,61 bilhões em 2024. A mudança, no entanto, causaria outro problema para o governo.
Pela legislação eleitoral, Padilha precisaria deixar o cargo até abril de 2026 caso deseje disputar a reeleição para a Câmara, o que reduziria seu tempo de permanência no cargo, o que deixaria a pasta exposta ao chamado ‘Centrão’ e às forças de ultradireita.
Petistas
Parte fundamental da gestão do presidente Lula, o Partido dos Trabalhadores (PT) avalia internamente que a reforma ministerial representa um bom momento para mobilizar suas bases para levar o governo a atender às expectativas da população e recuperar a popularidade. A avaliação é de que, além da reformulação na Secom, o governo precisa propor projetos capazes de enfrentar as dificuldades colocadas no caminho da administração federal.
Dirigentes da legenda, na primeira metade do mandato, apontam que Lula apenas ampliou e resgatou programas antigos. Nesse sentido, faltariam programas novos que pudessem servir de marcas para a sua terceira gestão e voltar a dar esperança para a população brasileira.