Ataque suicida em mesquita deixa mortos na Nigéria

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Publicado Terça, 21 de Novembro de 2017 às 08:13, por: CdB

O ataque possui todas as características do Boko Haram, que normalmente organiza ataques suicidas em locais públicos lotados, como mesquitas e mercados

Por Redação, com Reuters e Sputnik - de Bauchi/Mogadíscio:

Um ataque suicida deixou pelo menos 50 mortos em uma mesquita na cidade nigeriana de Mubi nesta terça-feira, afirmou uma autoridade policial.

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Um ataque suicida deixou pelo menos 50 mortos em uma mesquita na cidade nigeriana de Mubi

Mubi é uma cidade localizada no Estado de Adamawa, onde militantes do Boko Haram controlam territórios desde 2014; embora os insurgentes tenham sido expulsos dessas áreas por soldados no início de 2015.

O ataque possui todas as características do Boko Haram; que normalmente organiza ataques suicidas em locais públicos lotados, como mesquitas e mercados.

O Boko Haram tem travado uma insurgência no nordeste da Nigéria desde 2009; em sua tentativa de criar um Estado Islâmico na região, matando mais de 20 mil pessoas e forçando cerca de 2 milhões a deixar suas casas.

Estado Islâmico

Em outubro de 2017, a capital somali, Mogadíscio, sofreu um atentado de grande escala que levou à morte de mais de 350 pessoas. Isto pode indicar que África está se transformando em um novo alvo dos terroristas.

O Daesh (organização terrorista proibida na Rússia), que está perdendo terreno na Síria e no Iraque, pode se aproveitar do novo campo de batalha. A colunista Antonia Ward, na sua nota para a revista The National Interest, analisou esta possibilidade.

O ataque em Mogadíscio foi cometido pelo grupo terrorista Al-Shabaab, relacionado com os terroristas do Al-Qaeda.  A Somália é um dos muitos países africanos que estão afetados pela desordem civil; uma má gestão pública, tensões religiosas e raciais, assim como pela pobreza.

Os exemplos do Iraque e Síria demonstraram que condições ainda menos graves são perfeitas para o desenvolvimento dos movimentos jihadistas. Por conseguinte, certas partes da África podem ser um terreno fértil para o crescimento do terrorismo.

Em outubro, Raqqa, a antiga capital do Daesh na Síria, foi libertada. Tal constituiu um evento marcante na luta contra este grupo jihadista.

Mas a derrota do grupo terrorista não significa que ele deixou de representar uma ameaça. Na realidade, é possível que os jihadistas “se movam” do Oriente Médio e se estabeleçam em África, afirma a autora.

– O Daesh era um dos grupos terroristas mais poderosos e melhor organizados na história. Seria errado assumir que ele simplesmente deixará se efetuar as suas operações por causa das derrotas recentes. O cenário mais provável é que o grupo e os seus partidários se desloquem para uma nova região – declarou Ward.

O Daesh hoje em dia continua fragmentado em África, mas os jihadistas seguem avançando. O grupo terrorista Boko Haram, originário da Nigéria, prestou lealdade ao Daesh e mudou o seu nome para “Província do Daesh na África Ocidental” ainda em 2015.

Os terroristas há muito que desenvolvem a sua atividade no norte do continente, em particular, na Tunísia, Líbia e Egito.

Razões

– Uma das razões pelas quais certas partes de África podem se converter em novas bases do Daesh é o aumento significativo da popularidade da Internet no continente. Em 2014, cerca de 100 milhões de pessoas usavam o Facebook em África por mês; agora, segundo estimativas, este número supera os 120 milhões – revelou Ward.

Ela também destacou que o desenvolvimento da conectividade na região pode contribuir para a propaganda do Daesh.

Ward crê que o Daesh e outros grupos podem se aproveitar dos desafios que hoje África enfrenta. Os ataques que ocorreram recentemente em várias partes do continente podem ser o início de algo muito mau.

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