Endividamento das família se acentua durante a pandemia

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Publicado Quinta, 29 de Julho de 2021 às 13:13, por: CdB

O comprometimento da renda mensal ficou em 30,5% em abril – ou seja, para cada R$ 100 recebidos por mês, R$ 30 foram usados para pagar parcelas dos empréstimos, segundo o BC. Um levantamento do Cemec-Fipe, divulgado também nesta manhã, mostra que o cenário se repete junto às empresas.

Por Redação - de São Paulo
Dados divulgados pelo Banco Central (BC), nesta quinta-feira, mostram que o endividamento das famílias brasileiras chegou aos 58,5% em abril, o maior porcentual da série histórica, iniciada em janeiro de 2005. Isso significa que, para cada R$ 100 que uma família recebeu no último ano, ela já tem uma dívida contratada de quase R$ 60.
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O percentual de inadimplentes no país é de mais de 50%, um número recorde na história do país
O comprometimento da renda mensal ficou em 30,5% em abril – ou seja, para cada R$ 100 recebidos por mês, R$ 30 foram usados para pagar parcelas dos empréstimos, segundo o BC. Um levantamento do Cemec-Fipe, divulgado também nesta manhã, mostra que o conjunto de dívidas das companhias não financeiras no Brasil atingiu 61,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em março de 2021, patamar também histórico. No fim de 2019, antes da pandemia, essa relação era de 50,1%.

Mais pobre

O aperto no bolso das famílias, especialmente em um momento em que desemprego e inflação estão elevados, pode atrapalhar a retomada do crescimento econômico, avaliam economistas.  — Os juros vão subir, e as famílias que já estão endividadas terão opções de crédito ainda mais caras, o que pode comprometer a retomada do consumo no ano que vem — afirmou Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, ao diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo (OESP). Vale calcula que a economia crescerá somente 1,8% no ano que vem e que a retomada dos empregos será lenta. Na visão do economista, o fato terá impacto direto na renda dos brasileiros, que já está em baixa. Segundo dados do IBGE, a massa de salários em circulação caiu R$ 12 bilhões em um ano, o que representa um recuo de 5,4% no trimestre encerrado em abril em comparação ao mesmo período de 2020. Ou seja, o brasileiro está, além de mais endividado, mais pobre.
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