Kiev

O novo bombardeio russo contra a capital ucraniana ocorre no dia seguinte ao aniversário de três anos da guerra. As autoridades informaram que uma mulher de 44 anos ficou ferida em um ataque no distrito de Obukhiv.

A demonstração de solidariedade chega na esteira da deriva pró-Rússia do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que definiu Zelensky como "ditador" e o culpou pelo conflito no leste europeu.

As forças de Moscou intensificaram seus bombardeios aéreos em toda a Ucrânia durante as primeiras semanas do inverno.

O ataque russo também danificou a Catedral de São Nicolau, "um monumento de importância nacional", declarou o ministro ucraniano para assuntos culturais, Mykola Tochytskyi.

Até o momento, os países da UE têm se mostrado resistentes em autorizar o uso de mísseis de longo alcance contra a Rússia devido aos temores de que o conflito saia de controle e se torne mundial.

A medida chega após um alarme lançado pela representação diplomática dos Estados Unidos na capital ucraniana, que também suspendeu as atividades presenciais nesta quarta, assim como a embaixada da Espanha.

Alerta incomum vem dias após governo Biden autorizar uso de armas norte-americanas de longo alcance contra o território russo. Rússia havia confirmado ataque com mísseis balísticos ATACMS e prometido retaliação.

“Nossas defesas aéreas destruíram mais de 140 alvos aéreos”, escreveu no Telegram o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. "Infelizmente, há danos a edifícios causados pelos impactos e destroços que caíram", acrescentou.

De acordo com informações preliminares, não houve registro de vítimas nem de danos, acrescentou. O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, disse que destroços de drone caíram em um prédio residencial.

Além de Zelensky, a trama também previa a execução do chefe do Serviço Secreto Militar ucraniano (HRU), Kyrylo Budanov.

O Telegram é muito usado tanto na Ucrânia quanto na Rússia e se tornou uma fonte importante de informações desde a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022.

Após meses de recuo diante do avanço das tropas russas, a Ucrânia fez uma grande incursão na região de Kursk, onde garante controlar cerca de 100 vilarejos.

Os moradores de toda a cidade foram acordados por uma rápida sucessão de estrondos e pelo som de mísseis de defesa aérea decolando em direção ao céu para interceptar alvos.

A Rússia, que iniciou sua invasão em grande escala em fevereiro de 2022, intensificou os ataques à rede elétrica da Ucrânia em março, no que Kiev disse que parece ser um esforço conjunto para degradar o sistema antes do inverno.

A decisão é tomada no momento em que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, informou que as tropas ucranianas capturaram "mais de 100 militares russos" e garantiu que seus soldados seguem "avançando" no território rival.

Segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores ucraniano, Heorhii Tyhiy, citado pelo "Rbc-Ucrânia", o objetivo das Forças Armadas da Ucrânia são apenas estruturas e contingentes militares russos.

A ministra das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, rejeitou a versão de Kiev e disse, sem apresentar provas, que a culpa era de um míssil NASAMS disparado pela Ucrânia. Ela afirmou que isso havia sido confirmado por "inúmeras testemunhas", sem identificá-las.

Estima-se que as forças russas tenham disparados “mais de 40 mísseis” contra várias cidades da Ucrânia, incluindo a capital Kiev. No total, há registro de ao menos 20 mortos.

Os ataques visaram instalações de produção e transmissão de energia elétrica nas regiões de Poltava (leste), Kirovogrado (centro), Zaporizhia (sul), Lviv, Ivano-Frankivsk e Vinnytsia (oeste), segundo o ministro.

O presidente da França, Emmanuel Macron, comentou sobre o possível envio de tropas para Kiev, enquanto David Cameron, secretário de Relações Exteriores de Londres, falou sobre o direito da Ucrânia em usar armas britânicas.