Kiev

Ucrânia diz que vai deixar de prestar serviços consulares a cidadãos do sexo masculino que vivem no exterior, numa tentativa de forçar homens a voltar e servir no Exército. Mas há dúvidas sobre a legalidade da medida.

De acordo com as autoridades ucranianas, a aeronave derrubada é de longo alcance e usada para lançar mísseis de cruzeiro contra cidades do país devastado pelo guerra há mais de dois anos.

Autoridades ucranianas disseram que as forças russas estão tentando repetir os ataques do inverno anterior, quando o setor de energia da Ucrânia sofreu sérios danos, resultando em longos apagões para milhões de pessoas.

Novo decreto facilita processo de naturalização para estrangeiros e apátridas. Kiev, que diz que Moscou deportou ilegalmente mais de 19 mil crianças desde o início da invasão, fala em "assimilação forçada".

Foi o sexto ataque desse tipo contra Kiev neste mês e parte de um enxame maior de drones direcionado a partes do centro, sul e oeste da Ucrânia, informou a Força Aérea do país.

O chefe da administração militar da capital da Ucrânia, Serhij Popko, especificou que todas as pessoas foram resgatadas e que atualmente não há notícias sobre mortos. "Houve cerca de 10 casos de queda de destroços de projéteis que atingiram, em particular, o distrito de Desnyansky", explicou.

O Ocidente está constantemente pedindo à Rússia para negociar, para o que Moscou demonstra sua prontidão, mas ao mesmo tempo no Ocidente eles ignoram a constante recusa de Kiev ao diálogo.

A Defesa ucraniana afirmou que os ataques provam que "o regime de Putin não é capaz de controlar completamente o céu, nem mesmo para proteger suas estruturas mais importantes".

Apresentações culturais públicas em russo foram temporiamente proibidas na capital ucraniana. "O russo é a língua do país agressor e não tem lugar no coração da nossa capital", diz autoridade municipal.

O ataque foi "muito poderoso, verdadeiramente grande", disse Serhiy Bratchuk, porta-voz da administração militar de Odessa, em uma mensagem de voz em seu canal Telegram nesta quarta-feira.

Os ataques aéreos não diminuíram enquanto os líderes da Otan se reuniram na Lituânia nesta semana para uma cúpula que, segundo Zelensky, forneceu à Ucrânia "uma base de segurança" pela primeira vez desde que conquistou a independência em 1991.

Sirenes de ataque aéreo soaram sobre Kiev e em toda a Ucrânia por várias horas e os combates continuaram enquanto os líderes da Otan se reuniam para uma cúpula que o Kremlin criticou, alertando que Moscou responderia para proteger sua própria segurança.

Por outro lado, Moscou afirmou que o risco de "uma sabotagem do regime de Kiev" à central nuclear de Zaporizhia, controlada por forças russas, continua "muito alto" e que, se concretizada, a ação teria "consequências catastróficas".

Segundo as autoridades ucranianas, os drones eram do modelo Shahed, de fabricação iraniana. As autoridades da capital ucraniana não forneceram um número exato de drones que atacaram a cidade. Mas a força aérea da Ucrânia disse que em todo o país, oito Shaheds e três mísseis de cruzeiro Kalibr foram lançados pelos russos.

O ataque foi "um golpe na logística militar dos ocupantes", disse Yuriy Sobolevsky, representante ucraniano do órgão governamental da região de Kherson.

A Força Aérea disse que Mosocu também atingiu a cidade industrial de Zaporizhia, no sudeste do país, com mísseis Iskander e S-300.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que o ataque com mísseis russos durante a visita de líderes africanos a Kiev é um sinal para a África de que a Rússia quer mais guerra, não a paz.

Segundo o líder russo, a ofensiva deixou de ser essencial porque as áreas de interesse da Rússia já foram ocupadas. Putin se referiu aos territórios do leste da Ucrânia.

Os ucranianos colocaram o áudio da alegada conversa, de um minuto e meio, numa rede social. No diálogo,  dois homens, usando o idioma russo, conversam sobre as consequências do desastre.

De acordo com os responsáveis, as forças russas usaram uma combinação de drones (veículos aéreos não tripulados) Shahed, de produção iraniana, lançados de "diferentes direções", e mísseis de cruzeiro disparados por aviões, a partir do Mar Cáspio.