Reoneração dos combustíveis financia programa social do governo Lula

Arquivado em: Destaque do Dia, Energia, Últimas Notícias
Publicado sexta-feira, 3 de março de 2023 as 13:13, por: CdB

Economistas alertam, ainda, que a decisão pode gerar impacto inflacionário, atingindo as famílias mais pobres, se não houver mudanças na política de preços da Petrobras. Atualmente, os valores no Brasil seguem o mercado internacional.

Por Redação, com ABr – de Brasília e Rio de Janeiro

O retorno da taxação dos combustíveis pelos tributos federais PIS e Cofins renovará a capacidade ao Estado de promover políticas públicas relacionadas à seguridade social, constatam economistas ouvidos pela agência brasileira de notícias ABr. A medida também corrige a distorção de subsidiar combustíveis fósseis, em meio à necessidade mundial de promover o desenvolvimento sustentável.

Jean Paul Prates
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) assumiu a Presidência da Petrobras

Estes economistas alertam, ainda, que a decisão pode gerar impacto inflacionário, atingindo as famílias mais pobres, se não houver mudanças na política de preços da Petrobras. Atualmente, os valores no Brasil seguem o mercado internacional.

Na véspera, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que a empresa não ficará atrelada à política de preços de diesel e gasolina que tem como base a Paridade de Preços e Importação (PPI). Prates concedeu sua primeira coletiva à imprensa, no Rio de Janeiro, e disse pretender que a Petrobras pratique preço do mercado que atua.

Estimativa

No ano passado, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) zerou as alíquotas do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para a gasolina, o etanol, o diesel, o biodiesel, o gás natural e o gás de cozinha.

Em 1º de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre as primeiras decisões de seu novo governo, assinou a Medida Provisória que previa a reoneração da gasolina e do etanol a partir de 1º de março e a dos demais combustíveis, em 1º de janeiro de 2024.

Com a confirmação, nesta semana, da reoneração parcial dos combustíveis e anúncio de redução de preços pela Petrobras, a estimativa para a gasolina é de aumento de até R$ 0,34 nas bombas; e o etanol, R$ 0,02.

Seguridade

Economista chefe do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), Juliane Furno lembra que PIS e Cofins são contribuições que têm vinculação constitucional obrigatória e são para o financiamento da seguridade social. Para ela, a decisão vai além do reequilíbrio das contas públicas.

— É, sobretudo, reequipar a capacidade do estado de promover políticas públicas universais. A medida refinancia o caixa da seguridade social, o que vai garantir que todos nós possamos nos aposentar, acessar auxílios de natureza assistencial e também saúde, que é um ponto importante do sistema universal brasileiro — afirmou.

A economista acrescenta, ainda, que a decisão é acertada ainda do ponto de vista da sustentabilidade, já que retira subsídios de combustíveis não renováveis, e mostra disposição do governo de seguir em direção a uma economia de baixo carbono.

— Não faz sentido não onerar, em termos de tributos, combustíveis de origem fóssil, se o objetivo é rumar para transição da matriz energética — concluiu.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *