Dólar recua diante jogo pesado imposto por leilões em série do BC

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Publicado quarta-feira, 28 de novembro de 2018 as 15:47, por: CdB

Depois de subir 4,75% em cinco pregões seguidos de alta, o Banco Central anunciou para a véspera leilão de US$ 2 bilhões em linha, vendido integralmente, e outra oferta de US$ 1 bilhão para esta quarta-feira.

 

Por Redação – de São Paulo

 

O dólar recuava ante o real nesta quarta-feira, sob influência de nova intervenção do Banco Central por meio de leilão de linha — venda com compromisso de recompra —, mas acompanhando a disputa comercial entre Estados Unidos e China e aguardando discurso do chairman do banco central norte-americano.

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Às 10h18, o dólar recuava 0,26%, a R$ 3,8666 na venda, depois de terminar a sessão anterior em queda de 1,04%, a R$ 3,8767. O dólar futuro tinha queda de 0,25%.

— Leilão de linha e exterior estão garantindo a queda do dólar, mas acho que o leilão aqui pesa mais. O BC está dando liquidez para o mercado nessa época de saída. A tendência é o dólar dar uma estabilizada ao redor de R$ 3,70 até o final do ano — disse o gerente de câmbio da corretora Ourominas, Mauriciano Cavalcanti.

Venda futura

Depois de subir 4,75% em cinco pregões seguidos de alta, o Banco Central anunciou para a véspera leilão de US$ 2 bilhões em linha, vendido integralmente, e outra oferta de US$ 1 bilhão para esta quarta-feira.

— Se o dólar voltar para um patamar mais ‘normal’, o BC pode interromper esses leilões. Caso contrário, pode vir a fazer até diariamente — disse Cavalcanti.

A autoridade também realiza nesta sessão leilão de até 13,6 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de dezembro, no total de US$ 12,217 bilhões.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

Juros nos EUA

No exterior, o ambiente está mais tranquilo neste pregão, depois que o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse na terça-feira que uma reunião entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu colega chinês, Xi Jinping, na cúpula do G20 é uma oportunidade para “virar a página” sobre a disputa comercial.

Dessa forma, ele suavizou as declarações dadas por Trump na véspera de que era “altamente improvável” que ele aceitasse o pedido da China para suspender o aumento das tarifas.

Os investidores também estão à espera dos dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA que, somados ao discurso do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, podem dar um indício mais claro sobre a trajetória de juros do país.

Impasse

A preocupação com a desaceleração econômica mundial em meio ao ambiente comercial mais hostil tem levado os investidores a avaliarem que o banco central dos EUA pode ser mais sutil na trajetória de aumento de juros no país.

Se isso acontecer, esse movimento beneficiaria emergentes como o Brasil ao manter a atratividade desses mercados aos investidores.

“Caso o impasse entre os EUA e a China não chegue a nenhuma conclusão, a tendência de elevações mais pontuais de juros começa a perder força, na expectativa por uma atividade econômica com menor crescimento, dirimindo a necessidade do contínuo aperto”, escreveu a gestora Infinity em relatório.

Emergentes

No mercado de ações, os papéis dos mercados emergentes subiram para a máxima em quase dez dias nesta quarta-feira, com os índices chinesas impulsionando os mercados asiáticos depois que a Casa Branca sinalizou uma possível trégua em sua guerra comercial com Pequim.

O conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse na terça-feira que uma reunião entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu colega chinês, Xi Jinping, na cúpula do G20 é uma oportunidade para “virar a página” sobre a disputa.

O índice acionário chinês CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 1,3%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 1,1%.
As bolsas na África do Sul, na Turquia e na Índia, ganharam entre 0,7 e 1,5%.

Ibovespa

Ainda nesta quarta-feira, a bolsa paulista passava a trabalhar no território positivo, com o Ibovespa apoiado particularmente na recuperação das ações da Vale, mas com papéis da Petrobras também ocupando os holofotes em meio a expectativas relacionadas à votação do projeto que trata da cessão onerosa.

Às 11h19, o Ibovespa subia 0,59%, a 88.408,24 pontos. Na mínima, mais cedo, caiu 0,27%. O volume financeiro somava R$ 2,14 bilhões.

Moeda virtual

No câmbio de moedas virtuais, o bitcoin subia cerca de 6% nesta quarta-feira, perto dos 4 mil dólares e rumando para o melhor ganho diário desde julho depois de recuperar terreno ante fortes perdas recentes.

Às 9h20 (horário de Brasília), a maior criptomoeda do mundo era negociada a US$ 3.989 na plataforma Bitstamp, depois de amplo movimento de queda que atingiu moedas digitais nas últimas duas semanas.

Apesar da alta, o bitcoin ainda acumula desvalorização de mais de 70% neste ano.

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