Economia brasileira crescerá mais do que preveem analistas, diz BofA

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Publicado segunda-feira, 10 de junho de 2024 as 18:11, por: CdB

O chefe de economia para Brasil e estratégia para América Latina, David Beker, em entrevista nesta segunda-feira, reconheceu que está na “ponta otimista” entre os analistas, mas justifica que a capacidade de crescimento brasileiro aumentou, o chamado PIB potencial. A estimativa indica o quanto uma economia pode crescer sem gerar inflação, quando todos os recursos estão bem alocados.

Por Redação – de São Paulo

Para o Bank of America (BofA), a economia brasileira tende a crescer ao longo deste ano, mais uma vez, acima do que prevê o mercado financeiro. No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todas as riquezas produzidas no país) foi melhor do que as projeções e surpreendeu analistas ao crescer 2,9%. Na época, o banco com sede nos Estados Unidos foi um dos primeiros a perceber o ritmo forte, com uma revisão ainda no primeiro semestre.

Bank of America, BofA
O Bank of America refez os cálculos para o PIB brasileiro, neste ano

Para este ano, a previsão da instituição é de uma alta de 2,7%, outra vez bem acima do esperado por seus pares do mercado financeiro, cuja mediana é de 2,05% segundo o último ‘Boletim Focus’ do Banco Central (BC). A previsão do próprio governo, de 2,5%, ainda está ligeiramente menor do que a do BofA.

O chefe de economia para Brasil e estratégia para América Latina, David Beker, em entrevista ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, nesta segunda-feira, reconheceu que está na “ponta otimista” entre os analistas, mas justifica que a capacidade de crescimento brasileiro aumentou, o chamado PIB potencial. A estimativa indica o quanto uma economia pode crescer sem gerar inflação, quando todos os recursos estão bem alocados.

 

Evidências

Beker apontou, em relatório no fim de abril, que uma possível alta do PIB potencial era reflexo de ganhos de produtividade e de uma taxa de desemprego estrutural, que não acelera a inflação, mais baixa. O PIB potencial seria de 2,2%, acima dos 1,7% da última década.

A taxa de desemprego estrutural, por sua vez, seria 7,5%, mesmo patamar registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em abril. As evidências que sustentam a tese seriam os dados melhores do que o esperado a cada trimestre desde o fim da pandemia, a inflação em queda e o mercado de trabalho forte.

— A gente entende a fragilidade dessas projeções. Mas uma coisa é certa: o mercado tem sido surpreendido para cima. Não é de hoje, já há vários trimestres — afirmou Beker.

 

Previsão

Para o analista, a alta de 0,8% no PIB do primeiro trimestre, divulgada nesta semana, vem em linha com sua previsão para o ano, que segue em 2,7% mesmo com o risco de baixa trazido pela tragédia no Rio Grande do Sul.

— Há a recuperação de salário com menos inflação e o ciclo do crédito. Isso faz com que a grande parte do PIB, que é consumo, puxe os dados adiante. Embora o juro continue contracionista, as reduções anteriores têm impacto positivo — concluiu.

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