OAB quer imediato afastamento do juiz Bretas e que ele seja levado à Corregedoria

Arquivado em: Política, Últimas Notícias
Publicado sexta-feira, 4 de junho de 2021 as 15:23, por: CdB

De acordo com denúncia do advogado criminalista Nythalmar Dias Ferreira Filho, à OAB, o juiz negociou penas, orientou advogados e combinou estratégias com o Ministério Público em interesse próprio e de terceiros.

Por Redação – do Rio de Janeiro

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estava pronto a encaminhar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ao Conselho da Justiça Federal (CJF) um pedido para o afastamento imediato do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro. O magistrado é o titular dos processos da chamada Lava Jato no Estado.O juiz Marcelo Bretas coordena a Operação Lava Jato, no Rio de Janeiro, e tem deflagrado prisões em série no Estado

O juiz Marcelo Bretas coordena a Operação Lava Jato, no Rio de Janeiro, e tem deflagrado prisões em série no Estado

De acordo com denúncia do advogado criminalista Nythalmar Dias Ferreira Filho, à OAB, o juiz negociou penas, orientou advogados e combinou estratégias com o Ministério Público em interesse próprio e de terceiros. Bretas é aliado do ex-juiz Sérgio Moro, que responde a processos no Supremo Tribunal Federal (STF) por razões semelhantes.

O pronunciamento de Nythalmar está coberto por um acordo de delação premiada, aceito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que se alinha às investigações. O documento com as denúncias de Ferreira Filho foi vazado à revista semanal de ultradireita Veja, que o publica na edição deste fim de semana.

‘Embarreirar’

Segundo a revista, o advogado apresentou uma gravação na qual Bretas diz que vai “aliviar” acusações contra o empresário Fernando Cavendish, delator e que também chegou a ser preso pela operação da Polícia Federal (PF), no Estado do Rio.

A revista transcreve a gravação obtida na delação do advogado, na qual Bretas confirma o esquema fraudulento de sentenças.

— Você pode falar que conversei com ele, com o Leo, que fizemos uma videoconferência lá, e o procurador me garantiu que aqui mantém o interesse, aqui não vai embarreirar — diz Bretas.

Almirante

E continua:

— Aí, deixa comigo também que eu vou aliviar. Não vou botar 43 anos no cara. Cara tá assustado com os 43 anos.

O “Leo” a que se refere o magistrado seria o procurador Leonardo Cardoso de Freitas, então coordenador da operação no Rio de Janeiro. Os “43 anos” remetem à decisão que condenou o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, o que gerou temor generalizado dos réus julgados por Bretas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *