Astrônomos identificam onda de gás em movimento, na Via Láctea

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Publicado sábado, 24 de fevereiro de 2024 as 18:35, por: CdB

Esta cadeia de gás em forma de onda de nuvens formadoras de estrelas é a maior estrutura coerente já vista no espaço, estendendo-se por 9 mil anos-luz. Uma recente pesquisa publicada na revista científica Nature descobriu que esta onda realmente oscila.

Por Redação, com Sputnik – de Londres

A olho nu, a imensidão estonteante de estrelas à nossa volta, leva qualquer um a pensar que a nossa galáxia, a Via Láctea, é estática e tudo dentro dela é fixo e imutável. Entretanto, astrônomos estão descobrindo coisas muito curiosas no espaço, e o mais recente é a estrutura que eles chamaram de Onda Radcliffe.

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Um dos pontos de observação da Via Láctea situa-se no deserto do Atacama

Esta cadeia de gás em forma de onda de nuvens formadoras de estrelas é a maior estrutura coerente já vista no espaço, estendendo-se por 9 mil anos-luz. Uma recente pesquisa publicada na revista científica Nature descobriu que esta onda realmente oscila.

 

‘Uma ola’

As nuvens de formação estelar elevam-se muito acima do plano da galáxia e depois voltam a descer. Este tipo de oscilação é conhecido como uma onda progressiva, que é semelhante aos torcedores “fazendo uma ola”, pulando de seus assentos em um padrão sincronizado no estádio.

— Usando o movimento de estrelas recém-nascidas nas nuvens de gás ao longo da Onda Radcliffe, podemos rastrear o movimento de seu gás natal para mostrar que a Onda Radcliffe está realmente oscilando — explica o astrofísico Ralf Konietzka da Universidade de Harvard e líder da equipe de pesquisa.

Esta estrutura está dentro da nossa galáxia e praticamente à nossa porta. Em termos astronômicos está a uma curta distância – de 500 anos-luz. A história tem outro detalhe curioso: aparentemente o nosso Sistema Solar passou pela Onda Radcliffe há cerca de 13 milhões de anos.

 

Respingo

E essa pode ter sido uma época interessante para a vida na Terra. Estas regiões de formação estelar têm uma boa quantidade de estrelas em explosão, escreve The Washington Post.

— Acreditamos que há 13 milhões de anos poderíamos ter passado por um festival de supernovas — calcula a coautora do estudo Catherine Zucker, astrofísica do Centro de Astrofísica de Harvard-Smithsonian.

Algo deve ter acontecido para perturbar nossa vizinhança galáctica e impor desordem no firmamento. Uma possibilidade é que algo – talvez uma galáxia anã – veio colidir com a Via Láctea e causou um grande respingo, “e a onda é um efeito da oscilação”, conclui o estudo.

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